Party: LuXX #2 / I Was Here: Pinkboy b2b Strip Steve
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Em 20 anos, muitas foram as noites em que fomos salvos, em que aprendemos, dançámos e sentimos com os nossos DJs residentes. Por isso e tanto mais, quisemos dar-lhes ainda um pouco mais de tempo, para também nos confiarem o que lhes vai na alma, com a ajuda de alguém em quem eles também confiam. É isso que são as noites I Was Here, o nosso obrigado a quem aqui está sempre, do princípio ao fim, uma folha em branco para que, em back-2-backs especiais com convidados seus também eles especiais, escrevam um bocadinho mais desta história que conta um pouco de Lisboa ao mundo e conta o mundo a Lisboa. Quem melhor para nos trazer um novo amanhecer do que aqueles que aqui já viveram tantos amanheceres?
Texto da Ana Sofia Castanho sobre o Pinkboy:
Nuno Rosa. Pinkboy. Gun N Rose. A outra metade de Dezperados. Semente original de uma Cooltrain Crew noventinha, ainda com Rui Murka, Vitor Belanciano e Tiago Miranda na formação. O seu nome e alter-egos poderão, quase poeticamente, contar um profundo amor pela música e, nesse amor, a capacidade que ele tem de mudar, de crescer e de se reinventar.
O Rosa é uma mão cheia de música que marca, em diferentes fases, diferentes géneros, da forma libertadora que poucos conhecem neste quadro de electrónica tão pronunciada de vértices e vincos, na forma e no rótulo em que tão rapidamente procuramos encaixar alguém. Pois, seja qual for a pele que escolha vestir, o Rosa só poderia encaixar bem aqui, nesta casa cujas paredes ecoam toda a sua personalidade, crescimento, evolução, conquista e reconquista de gente levada a braços por batidas estudadas criteriosamente, exímias como ele - entregue e de coração na bandeja, desde o primeiro dia.
Os alter-egos musicais e personas, ora à vista, ora por detrás de uma máscara como lhe serviu de escape em Dezperados, permitiram-lhe uma circularidade de géneros que até hoje não o cimentaram em chão certo, criando possibilidades de produção e diversão bem maiores dos que alguma vez poderia sonhar no seu arranque. Do drum’n’bass ao hip hop, da electrónica que os anos 2000 baptizaram de maximal, ao techno ao house mais musculados, aligeirados daqui e dali por disco vibes, funk ou new wave e ecos mais electro pop: os jargões e etiquetas não o fazem, complementam-no e preenchem-no duma experiência rica e memória redonda, que evoca em diferentes momentos também da sua longa história com o Lux.
Ele esteve aqui quando um emocionado e pujante Mark Rae fazia tremer o chão com hip hop e house a casarem-se talvez pela primeira vez, bem alto, nesta pista que se começava a declarar plural e maior, ano após ano. Ele esteve aqui naquela passagem de ano em que a Peaches alinhou ao improviso, com ele e com o Tiago, num edit e presença desarmada, brilhante, explosiva. Ele esteve aqui quando a residência da Boys Noize Records se tornou uma realidade magistrada por ele, nas DSides feitas a suor e sorrisos rasgados, numa aproximação internacional feroz - que o valorizou tanto como DJ como Produtor. Eles esteve aqui nas noites de escolha dedilhada, livre de amarras e expectativas, que nos fizeram seguir para a almofada felizes. Ele está aqui, de olho clínico para a pista e alma cheia para partilhar com ela, outra e outra vez.
Continuar na pista é caminho. Muda a vida, mude ele, mudemos nós. Obrigada, Nuno.
STRIP STEVE
soundcloud.com/stripsteve
residentadvisor.net/dj/stripsteve
Nuno Rosa escolhe Strip Steve para o acompanhar b2b nesta viagem e não é a primeira vez que o temos por cá. Talvez por sorte ou por azar, e porque Alex Righa aposta no talento e sangue novo venha de onde vier, Strip Steve veio até nós pela primeira vez apresentado por Boys Noize - o próprio - podendo evocar prontamente um género mais colado à label. Mas é também por isso que Nuno Rosa o traz: por ele ser muito-muito mais que uma ligação à editora.
A produzir de forma imparável desde 2008, quando lançou ‘Skip School’ pela BNR, o francês Théo Pozoga, de seu nome, deu o salto de Bordéus para o mundo quando decidiu assentar arraiais numa inspirada e inspiradora Berlim. Começou a espalhar ecos por clubes de Tóquio a Sydney, apanhando o combóio da Boys Noize Power Tour de 2009, e, algumas releases testadas, surgem as críticas e os bons empurrões que põe cá fora ‘Micro Mega’, o seu EP de estreia. De então para cá, tem galgado produções consistentes que lhe dão certificado de bom groove, funk, house, techno e electro bem esgrimidos tanto no bipartido ‘Crowd Control’ (2014/2015) como no mais recente ‘Shy Funk’, deste ano.
Strip Steve tem ginga e versatilidade como poucos. É sangue novo e sangue bom para fazer pulsar uma noite b2b com um histórico da casa e fazer história na casa também. É bom que estejas cá para ver.
Texto: Ana Sofia Castanho
#luXXfragil
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Nuno Rosa picks Strip Steve to a b2b, but this ain’t the first time we welcome him.
By chance or not, and maybe because Alex Righa really has a good eye for emerging young talents, Strip Steve came to us by hand of Boys Noize himself, possibly evoking you a tight-knot to the label right now. But Nuno picked him because his talent showcases way much more than that tie. Producing unstoppably since 2008 when he first released ‘Skip School’ with BNR, Théo Pozoga toke a giant leap from Bordeaux to an inspiring Berlim. From there, the Boys Noize Power Tour “train” took him allover. From Tokyo to Sydney. Some releases after, critics gave a real good push for his ‘Micro Mega’ debut EP and from then to now he’s been thriving through consistent releases full of funk, house, techno and well played electro music (either in the bi-parted ‘Crowd Control’ from 2014/2015 or his most recent ‘Shy Funk’).
Strip Steve has a groove and versatility like few. New blood pumping on the dance floor with one of Lux’s historic figures: so you better be her to watch.